Ambos podem ser classificados como distúrbios do sono e são relacionados com a passagem do ar pelas vias aéreas do sistema respiratório.
O ronco é o som promovido pela obstrução da respiração durante o sono, no qual o tônus muscular do pescoço e da faringe decresce. Isso causa um estreitamento do espaço faríngeo e o volume de ar necessário precisa ser inspirado a uma velocidade maior, onde irá ter a vibração de tecidos moles como palato mole, úvula, língua.
O ronco é um problema que atinge 30% a 40% dos adultos. É o principal sintoma de uma doença grave chamada Síndrome de apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) e por isso requer atenção. É causado pela vibração dos tecidos da garganta em função da turbulência do ar à medida que as vias áreas se estreitam.
A apneia obstrutiva do sono é a interrupção da respiração pelo fechamento da passagem do ar ao nível da garganta. Esse fechamento pode demorar vários segundos e a pessoa só volta a respirar quando um reflexo do organismo consegue reabrir a passagem do ar. Já o ronco é a vibração quando o ar passa.
O RONCO é uma obstrução parcial das vias aéreas superiores, obrigando a pessoa a respirar pela boca, sendo que o ar consegue passar, porém, produzindo ruído pela vibração causada pela passagem do ar com dificuldade.
Já a APNEIA ocorre quando esta obstrução se agrava, sendo uma obstrução total das vias aéreas superiores, o que impede a passagem do ar.
A maneira convencional para o diagnóstico do ronco e da apneia é a observação do sono. Nesta observação são identificadas as características dos distúrbios que são os ruídos altos e os 'despertares' recorrentes causados pela apneia que possuem aspecto de falta de ar.
Esta observação pode ser feita domesticamente pelos familiares ou por quem durma nas proximidades. Existe também outro diagnóstico, o exame de polissonografia, que é a monitoração do sono por equipamentos eletrônicos. O exame clínico é indicado para que seja avaliada a condição do trato respiratório do paciente. Este exame pode ser feito por um dentista ou por um médico, ambos com especialização na área.
Uma das modalidades de tratamento é o aparelho intra-oral, que se encaixa nos dentes e conduz a mandíbula e a língua, para frente. Impedindo que ela comprima a parte posterior da faringe e, consequentemente, eliminará ou no mínimo diminuirá a apneia e o ronco. É importante ressaltar que, a utilização do aparelho é feita durante o período do sono.
A polissonografia é realizada à noite em um laboratório de sono sob a supervisão de técnico ou enfermeiro capacitado. O paciente deve dormir com sensores fixados no corpo que permitem o registro da passagem do ar pelo nariz/boca, oxigenação sanguínea, frequência cardíaca, movimentos do tórax, posição do corpo na cama, além de outros dados. Os sensores são fixados de maneira a permitir ao paciente movimentar-se durante o exame, não atrapalhando assim o sono. Em casos selecionados, o exame pode ser realizado no próprio domicílio do paciente através de aparelhos portáteis. O laudo do exame deverá ser realizado por médico especialista em medicina do sono.
A obesidade, a respiração bucal e o uso de cigarro e álcool agravam de modo significativo o ronco. Outras causas como: macroglossia, micrognatia, retrognatiae atresia do palato podem contribuir para o aumento do ronco e apneia.
A apneia ocorre quando há obstrução parcial ou total da passagem do ar provocando parada respiratória por mais de 10 segundos. Esta parada pode se repetir várias vezes durante a noite sem que a pessoa perceba, diminuindo a qualidade do sono, o que pode resultar em: sonolência diurna excessiva, cefaléia, irritabilidade, prejuízo na capacidade intelectual e uma diminuição da oxigenação do sangue em até 50%. Quando em níveis mais elevados, a doença pode interferir na gravidade de doenças como hipertensão, enfarte do miocárdio e AVC.
Considerado pela Academia Americana de Medicina do Sono como tratamento eletivo mais indicado para o ronco e apneia obstrutivas leves e moderadas, os aparelhos intraorais confeccionados por dentistas com preparo específico são uma das melhores opções de tratamento. A conduta é sempre multidisciplinar, busca alívio dos sintomas e melhora da qualidade de vida. É indicado de acordo com o diagnóstico e quadro clínico, após consulta médica especializada e auxilia de exames de polissonografia.